quinta-feira, 24 de novembro de 2011

As idades e o trânsito

Bebês de seis meses a cinco anos:
Vão na cadeirinha acoplada no banco traseiro, devidamente seguros pelo cinto de dez pontos. Nem a cabeça cai para os lados, a cadeirinha tem um aparador lateral. No meu tempo de criança eu ia no colo mesmo.
Crianças de seis a dez anos:
Fazem a maior algazarra no interior do carro quando estão em grupo. Gritam, brigam, cantam, falam sem parar. O motorista liga o piloto automático e só enxerga o trânsito, para não ouvir a balburdia no banco de trás. Em casos extremos, grita um sonoro, CALEM A BOCA!

Pré adolescentes dos onze aos dezessete anos:
Disputam o banco da frente com os irmãos e amigos, pois já são "grandes" para sentar no banco de trás. Cadeirinha é coisa para criança.
Usam o cinto de segurança obrigados pelos pais, falam sem parar colocam o último modelo de MP3 para tocar as músicas barulhentas da moda.
Sabem por que eles sentam na frente? Para observar os pais dirigindo e aprender os movimentos. Eu fazia isso, sabia toda a teoria decor. O sonho dourado dessa faixa etária é dirigir, mesmo sem habilitação. Não aguentam esperar os dezoito anos, pedem para os pais , ou irmão mais velho para lhes ensinar a guiar.
Nunca, jamais, em tempo algum permitem que sejam deixados na porta do colégio, shopping, festa de amigos. É vergonhoso depender dos pais para ir em qualquer lugar. Preferem andar uma quadra a pé e não ter que dar beijinho de despedida na mãe, ou no pai ao volante, na frente de todo mundo.

Um aparte, adorei a propaganda da Volksvagen que o pai leva o filho pra escola e o menino pede pra descer antes. O pai vira pra ele e pergunta: "- Você já surfou? - Não. - Você toca guitarra? - Não. - Você já pegou meninas? - Não. - Então, me desculpe, quem tem que ter vergonha aqui sou eu!"

Pré adultos, dos dezoito aos vinte e cinco anos:
Finalmente de posse da Carteira Nacional de Habilitação, pegam o carro dos pais e dirigem pela cidade, estrada. O som no último, aceleradas e freadas bruscas são rotina, o negócio e se exibir no trânsito.
Óculos escuros no nariz, cotovelo apoiado na janela, cara fechada, com pinta de machão. Tudo premeditado para dar a impressão que são azes ao volante. A maioria se esquece que só sabe fazer o carro andar e cantar pneu. Dirigir, vai muito mais além.
Correm feito loucos, avançam sinal vermelho, costuram o trânsito em zigue zague, buzinam por qualquer coisa, fecham os outros carros sem cerimônia e somem num piscar de olhos. Estacionam em vagas para idosos e deficientes.
O lema dessa turma é: Abasteça o tanque e o corpo com álcool. Nem preciso contar o que acontece depois.

Adultos dos trinta aos quarenta anos:
Dirigem com mais cautela, sabem quanto custa um jogo de pneus novos e o preço da oficina em caso de batidas.
O som já não é tão alto, param no sinal vermelho e andam quando está verde. Dão passagem aos outros carros, tem um pouco mais de paciência. Se bebem, dão a chave para o amigo que não bebeu levar o carro na volta. Há exceções, é claro.

Adultos dos quarenta aos sessenta anos:
Andam mais devagar porque a visão está reduzida, não tem pressa de chegar, deixam todos passarem. São educados, respeitam as leis de trânsito. Estacionam só em lugar permitido. Reclamam e xingam em voz baixa os motoristas mais novos e agressivos no trânsito.
Voltam pra casa sãos e salvos.

Adultos acima de sessenta anos preferem ir de táxi, ou de carona.

E então, qual a sua idade no trânsito?

2 comentários:

  1. Olá Vera,

    Você parece uma especialista na matéria. Para saber tanto, só pode ser.

    Eu pertenço à casa dos quarenta, mas veja que não estou totalmente alinhado com as características que você indicou.

    Conduzo com velocidade, não tenho visão reduzida, tenho sempre pressa de chegar. Só deixo passar se me pedirem com gentileza, ou num caso de força maior. Estaciono onde é permitido. Reclamo em voz baixa, sejam velhos ou novos e sou um pouco agressivo no modo de conduzir. A agressividade é típica desta cidade do Porto.

    Num cruzamento geralmente pratíco o "jogo do assusta", isto é, tento passar primeiro que os outros,que se assustam e eu passo. Mas sou atento aos restantes motoristas. Nunca tive um acidente.

    Gostei do tema. kkkkk

    Abraço com carro parado.

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Adorei seu comentário Joseph!
    Tive a ideia de escrever sobre o tema em pleno trânsito.

    Qdo tinha 20 e poucos anos era mais apressadinha, hj em dia, ando sem pressa. Sei qto custa uma batida e acho que pagar multas é jogar dinheiro no lixo.

    Pra mim, após às 22h a preferencial é sempre dos outros. Pura precaução, em Campo Grande ninguém respeita sinal fechado, principalmente de noite.

    Sempre dou passagem qdo me pedem, gentileza gera gentileza. Em cruzamento espero a minha vez, não forço a passagem, é um perigo fazer isso em Campo Grande. Mantenho distância dos motoqueiros que passam por cima da gente, apesar de serem menores que um carro....rs

    Abraço motorizado!

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