sábado, 14 de agosto de 2010

Aquarela de cores




"Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo. E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo.
Corro um lápis em torno da mão eu me dou uma luva. E se faço chover, com dois riscos, tenho um guarda chuva.
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel. Num instante imagino, uma linda gaivota a voar no céu."

De tempos em tempos pintamos nossa casa, a minha já passou da hora.
Vasculhei os sites dos grandes fabricantes, selecionei os tons que pretendo usar além do branco neve que é de praxe.

Dessa vez vou inovar mesmo, minha casa sempre foi branca, cansei.
Quero um toque de aconchego, classe e beleza.
Escolhi a cor denominada "Blush Chocolate". Não é marrom, como sugere o nome.
É uma camurça com tom ligeiramente rosado. Não queria nada que puxasse para o cinza, nem para o marrom. Vou pintar a sala de estar dessa cor, com o teto branco neve, porta e janelas de ferro com esmalte Tabaco contrastando.

Todo mundo sabe que nos sites de tintas tem simuladores, para o comprador testar as cores em vários ambientes antes de efetuar a compra.
Passei umas quatro horas, pintando, trocando cor de tinta.
As fotos dos ambientes nunca tem nada a ver com a nossa casa, seja pelo mobiliário, pelo tamanho. Precisava de uma parede com porta, ou janela, nenhuma das fotos tinha o que eu queria.
Resolvi o problema usando a cor da porta de ferro e janela no sofá da fotografia, foi o jeito.
Me sentia ridícula, quando pintava o sofá, falava pra mim mesma: - Isso é uma porta, uma janela. Não é um sofá!

Inicialmente pintei só uma parede com "Blush Chocolate" e a outra de branco. Algo como maquiagem, só nas maçãs do rosto. Não satisfeita, radicalizei e o Blush cobriu as 4 paredes da sala. Com o detalhe da cor do esmalte Tabaco no sofá, deu um efeito batom maravilhoso!

"Vai voando, contornando a imensa curva norte e sul. Vou com ela viajando, Havaí, Pequim ou Istambul.
Pinto um barco a vela, branco navegando, é tanto céu e mar num beijo azul.
(...) Vamos todos numa linda passarela, de uma aquarela que um dia enfim, descolorirá."

Assim que a casa estiver pintada, troco o tecido do meu sofá de verdade para um tom de chocolate e jogo almofadas bege, branca, e preta.


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Quando a bruxa está a solta, melhor deixar o CQC correr atrás dela.




Quatro horas da tarde, um frio de 12°C, ventinho gelado, cigarro no fim.
Decidi sair pra comprar o vício, mais umas coisinhas no supermercado, porque à noite estaria mais frio.
Andei quatro quadras, parei num sinal verde, não atravessei o cruzamento para não fechar a passagem. O trânsito estava parado na minha frente.
Só senti a pancada na traseira, olhei no retrovisor, pensei: - Não fez nada no meu, só encostou, desço ou sigo em frente? O motorista do carro atrás do meu descia do carro com o celular na orelha.
Desci, realmente não amassou, só soltou a luzinha da placa traseira. Levantei a cabeça e percebi que o problema era mais atrás, foi o segundo carro que bateu nesse. Um engavetamento básico de 3 carros, sorte que todos estavam devagar, só danos materiais para os dois atrás de mim.
A causa: uma adolescente que batia papo com a irmã mais nova, não viu que o carro da frente estava parado e entrou com tudo nele. Falta de atenção.

O vento gelado cortava minha pele, queria ir embora, de minha parte não tinha nada a fazer ali.
O motorista que encostou no meu carro pediu que eu ficasse como testemunha. Esperei a perícia por uns vinte minutos e dei a idéia dele fotografar com o celular e anotar meu telefone.
- Não sei se meu celular tira foto. Olhei o modelo, era igual o meu, mostrei a lente. Após 5 minutos conseguiu achar o botão da câmera. E eu congelando.
Foto tirada, fui embora morrendo de frio, comprei o cigarro, passei no supermercado.
No caixa a máquina de cartões não funcionou na minha vez, deixei a compra no balcão, pedi pra estornar e saí da loja. Com frio, com fome, com raiva.

Vim para casa, ficar bem quieta, embaixo das cobertas tomando chá.
Tem dias que não devíamos sair de casa.