Bebês de seis meses a cinco anos:
Vão na cadeirinha acoplada no banco traseiro, devidamente seguros pelo cinto de dez pontos. Nem a cabeça cai para os lados, a cadeirinha tem um aparador lateral. No meu tempo de criança eu ia no colo mesmo.
Crianças de seis a dez anos:
Fazem a maior algazarra no interior do carro quando estão em grupo. Gritam, brigam, cantam, falam sem parar. O motorista liga o piloto automático e só enxerga o trânsito, para não ouvir a balburdia no banco de trás. Em casos extremos, grita um sonoro, CALEM A BOCA!
Pré adolescentes dos onze aos dezessete anos:
Disputam o banco da frente com os irmãos e amigos, pois já são "grandes" para sentar no banco de trás. Cadeirinha é coisa para criança.
Usam o cinto de segurança obrigados pelos pais, falam sem parar colocam o último modelo de MP3 para tocar as músicas barulhentas da moda.
Sabem por que eles sentam na frente? Para observar os pais dirigindo e aprender os movimentos. Eu fazia isso, sabia toda a teoria decor. O sonho dourado dessa faixa etária é dirigir, mesmo sem habilitação. Não aguentam esperar os dezoito anos, pedem para os pais , ou irmão mais velho para lhes ensinar a guiar.
Nunca, jamais, em tempo algum permitem que sejam deixados na porta do colégio, shopping, festa de amigos. É vergonhoso depender dos pais para ir em qualquer lugar. Preferem andar uma quadra a pé e não ter que dar beijinho de despedida na mãe, ou no pai ao volante, na frente de todo mundo.
Um aparte, adorei a propaganda da Volksvagen que o pai leva o filho pra escola e o menino pede pra descer antes. O pai vira pra ele e pergunta: "- Você já surfou? - Não. - Você toca guitarra? - Não. - Você já pegou meninas? - Não. - Então, me desculpe, quem tem que ter vergonha aqui sou eu!"
Pré adultos, dos dezoito aos vinte e cinco anos:
Finalmente de posse da Carteira Nacional de Habilitação, pegam o carro dos pais e dirigem pela cidade, estrada. O som no último, aceleradas e freadas bruscas são rotina, o negócio e se exibir no trânsito.
Óculos escuros no nariz, cotovelo apoiado na janela, cara fechada, com pinta de machão. Tudo premeditado para dar a impressão que são azes ao volante. A maioria se esquece que só sabe fazer o carro andar e cantar pneu. Dirigir, vai muito mais além.
Correm feito loucos, avançam sinal vermelho, costuram o trânsito em zigue zague, buzinam por qualquer coisa, fecham os outros carros sem cerimônia e somem num piscar de olhos. Estacionam em vagas para idosos e deficientes.
O lema dessa turma é: Abasteça o tanque e o corpo com álcool. Nem preciso contar o que acontece depois.
Adultos dos trinta aos quarenta anos:
Dirigem com mais cautela, sabem quanto custa um jogo de pneus novos e o preço da oficina em caso de batidas.
O som já não é tão alto, param no sinal vermelho e andam quando está verde. Dão passagem aos outros carros, tem um pouco mais de paciência. Se bebem, dão a chave para o amigo que não bebeu levar o carro na volta. Há exceções, é claro.
Adultos dos quarenta aos sessenta anos:
Andam mais devagar porque a visão está reduzida, não tem pressa de chegar, deixam todos passarem. São educados, respeitam as leis de trânsito. Estacionam só em lugar permitido. Reclamam e xingam em voz baixa os motoristas mais novos e agressivos no trânsito.
Voltam pra casa sãos e salvos.
Adultos acima de sessenta anos preferem ir de táxi, ou de carona.
E então, qual a sua idade no trânsito?