Após a retirada dos pontos

Continuando a sinfonia inacabada:

Retirei os pontos aos onze dias depois da cirurgia. Só ardeu um tiquinho.

O melhor é poder dirigir, pelas redondezas de casa, sem exageros.

Velocidade de vovozinha, na pista da direita sem pressa. Cinto de segurança deixo folgado na parte da barriga, no tronco fica preso.

O problema de dirigir operada é o sol quando bate de frente. A solução é cobrir o ventre com um daqueles jornais de ofertas de supermercados. Perfeito, tem de quatro a cinco páginas e dobrado em dois impede o cozimento da minha barriga!

O saculejo provocado pelo asfalto irregular incomoda um pouco, valetas e quebra-molas não tem problema é só passar devagar.

Freadas bruscas nem em pensamento, isso faria o cinto apertar sua barriga com violência.

Uso e abuso das filas e caixas preferenciais, maravilha! Os caixas sempre falam que aquele caixa é preferencial (idosos, deficientes e gestantes), sorrio e digo que estou operada, aí me liberam.

Cá entre nós, gente operada devia usar placa de mantenha distância, dê a preferência. Recém operada! Vou patentear essa também.

Supermercado faço compras bem pequenas e de pouco peso, mesmo assim não carrego sacola cheia. Na saída da loja peço a um dos meninos que recolhem os carrinhos pra empurrar o meu até o carro. Em casa, levo um produto de cada vez pra dentro, são várias viagens a pé, sem peso na mão. Já emagreci um kilo com tantas idas e vindas, fantástico!

Uma curiosidade: pela manhã pouco antes de despertar meu tronco involuntariamente se alonga, estica mesmo espreguiçando as pernas também. Maluquice, no começo fiquei preocupada com os pontos internos, apesar de não sentir dor. Com receio interrompia o "alongamento" colocando a mão na barriga. Liguei pra minha médica perguntando se tinha problema esse alongar involuntário, ela disse que não. Ainda bem.

O corpo sabe do que precisa.