domingo, 16 de agosto de 2009

Cartões de crédito

Foto de DINOCOMM

Tudo começa numa bela manhã ensolarada. Seu telefone toca às 7h da madrugada de sábado. É o telemarketing de uma administradora de cartões de crédito.

O pessoal do "estarei enviando", já se sabe quem é (ainda mato um)

Oferecem-te o cartão, falam dos benefícios, facilidades, te cercam por todos os lados e você diz que não quer.

E não te perguntam por que, afinal de contas, um ser humano normal não pode viver sem cartão de crédito. Pois é, onde já se viu uma coisa dessas?

Depois de muita conversa você consegue desligar e continuar sem o cartão. Vitória! Um a zero pra você.

A essas alturas já perdeu o sono e está com uma raivinha básica, mas tudo bem.

Mas, pra seu desespero, eles não desistem. Te ligam após 30 dias com a mesma ladainha.

De um jeito ou de outro, você acaba com o cartão de crédito na mão, porque seu banco reuniu débito e crédito num só. Danou-se!

Você jura, reza, faz até promessa de não usar e que será só um enfeite douradinho no seu cartão do banco.

Esqueci de dizer que quem acaba quebrando a promessa são as mulheres. Os homens nem querem saber só usam prá pagar o combustível e fim de papo.

Daí a moçoila desavisada descobre que a administradora do cartão de crédito lhe deu um limite de R$ 20.000,00.

Caramba posso gastar até esse valor, pensa a desavisada consumidora. E vai às compras sem imaginar a encrenca em que está se metendo.

E no shopping mais próximo faz aquele estrago em nome da vaidade. Torra tudo num dia sem lembrar que só ganha um salário de um mil reais.

Quando a fatura chega, adivinhe o que ela faz?

Primeiro cai sentada de susto com o que tem a pagar; um ano de seu salário está comprometido.

Então, ela vê que pode pagar só um pouquinho de cada vez, dividir a fatura em vinte vezes, com todos os juros possíveis. O jeito é se acalmar e tentar pagar.

Bom, ninguém a avisou que o limite do cartão não significava que tinha ganho aquele dinheiro como prêmio por bom comportamento. Era só um valor que o banco "supôs" que ela saberia administrar sem falir. Quando descobre, já é tarde.

O resumo da ópera é que vai pagar prestações com juros exorbitantes por muito tempo. Mas continua gastando, cartão foi feito pra isso mesmo, é o dinheiro de plástico.

Cartão de crédito deveria vir com manual de instruções: Não gaste mais do que ganha, não pague o valor mínimo da fatura, use só em caso de extrema necessidade como uma grande emergência.

Renovar o guarda roupa, redecorar a casa, viajar todo final de semana, ir a restaurantes caros todo dia, não está no pacote de emergências, ok ?

Já ouvi mulher dizer que não sai sem cartão de casa porque se sente desnuda, insegura. Não tem desculpa melhor que essa, Freud explica.

4 comentários:

  1. Vera! Essa era eu! rsrsrs
    Tem certeza que alguns pares de sapato iguais, um de cada cor e dois pretinhos básicos na promoção de fim de estação não é uma emergência?!
    É sim! É sim! É sim , Verinha!
    Uma tortura! Não há mão que não coce. O cartão vai lá e se passa sozinho. É um par pra combinar com cada roupa, oras! rsrsrs
    beijos

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  2. Amanda...rsssss
    Esse é o perigo do cartão de crédito, as pessoas acham que ganharam aquele valor, quando na verdade terão que pagar por ele.
    Tem um livro ótimo que ensina todas essas arapucas:
    "Casais inteligentes enriquecem juntos" Gustavo Cerbasi - Ed Gente

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  3. ESSA CRÔNICA FOI ESCRITA EM 2009, MAS CONTINUA BASTANTE ATUAL E JÁ ESTAMOS EM 2012...

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  4. Olá Solaguerra.
    Sim, tem assuntos que são atemporais, cartão de crédito é um deles!
    Espero que não tenha estourado o orçamento!!!!

    Bjs ;)

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Passo-lhe a palavra.