domingo, 25 de abril de 2010

Pós operatório

Olá, estou voltando devagar a ativa.
A cirurgia foi um sucesso não senti dor no hospital, nem quando voltei pra casa. Graças a deus!
O desconforto no corte é natural, sinto repuxar um pouco, mais nada. A cada dia melhoro. Tamanho do mioma: igual a uma mexerica pokam.

No dia seguinte da operação já me puseram de pé e me mandaram pro chuveiro.
O maior problema foi ter que aprender a descer e subir da cama que fica um metro de altura do chão. Queria saber quem foi o infeliz que inventou essas camas de hospital. O "gênio" pensou no conforto dos enfermeiros e esqueceu do paciente.

Desenvolvi uma técnica de contorcionismo para poder sair da cama sozinha sem forçar o abdomem.
A manobra não é difícil, exige concentração e muito equilíbrio: primeiro rolei o corpo deitado pra ficar de lado, depois apoiava a mão que estava por cima no colchão e empurrava pra levantar metade do tronco, ao mesmo tempo deslisava as pernas pra fora da cama. Em seguida segurava o joelho direito com a mão direita e fazia um movimento de gangorra que terminava de levantar o tronco. Pausa para descansar e depois começar a escorregar os pés devagar pra cima da escadinha do lado da cama (sem ela, jamais sairia dali).

Quando pensava que estava tudo certo, a cama com rodas se afastava alguns milímetros da escadinha. Que legal, ao menor descuido eu poderia me estabacar no chão.
Será que não pensaram em colocar travas nas rodas pra cama não andar?
Felizmente peguei o jeito e conseguia descer e subir da fujona com quatro rodas.

Achei curioso ter que descobrir sozinha qual a melhor maneira de entrar e sair da cama. Na minha opinião os enfermeiros deviam nos explicar, fazer um test bed pós cirúrgico.
Ah, os enfermeiros super atenciosos, solícitos, exceto por duas vezes que os chamei durante a noite e "esqueceram" de recolocar o fio da campainha na minha cabeceira antes de sairem do quarto. Teria sido sabotagem ou negligência mesmo? Nunca saberei.
O fato é que precisei pescar o fio da campainha com o controle remoto da TV, lá atrás da cabeceira da cama e trazê-lo com um certo esforço até meu travesseiro. Juro que pensei em gritar, me contive afinal estava num hospital.

Recebi alta na segunda feira, não via a hora de chegar em casa e deitar na minha cama que fica a apenas quarenta centímetros do chão. Que delícia!
Estava sentindo cheiro de hospital em mim, na roupa e até na comida, argh.
Em casa tudo entrou nos eixos, a comida tem sabor, aroma. Ando pela casa toda, deito e levanto sozinha com a mesma manobra de gangorra, acho que vou patentear.

O deguste dos comprimidos começa às seis da manhã e termina a meia noite, coloquei alarme pra lembrar os horários. A alimentação é normal, exceto pela quantidade cavalar de gelatina a ser consumida, por ter colágeno acelera a cicatrização.

Curativo não precisa fazer nada além de passar Povidine após o banho e secar bem. Também tem um gel Reparil, serve para desinchar, tirar mancha roxa. Funciona que é uma beleza.
Daqui há três dias tiro os pontos, então saberei as limitações físicas dali pra frente.

Passo o dia andando por trinta ou quarenta minutos, sento um pouco e deito para esticar a barriga pelo mesmo espaço de tempo. Assim vou tocando o barco.

7 comentários:

  1. Oi, Vera:
    Logo logo você vai nos dizer que está firme e pronta para a próxima maratona!
    Beijos

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  2. Por acaso entrei em seu blog.

    Até dos momentos difíceis tiramos grandes lições.

    Uma boa recuperação, plena em todos os sentidos.

    Um abraço

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  3. Maria Teresa, é incrível como nosso organismo se recupera rápido. Parece mágica! Quanto a subir na esteira, só daqui há 3 meses....:(
    Bjs


    Luciano, obrigada. Sim aprendemos muito até numa cama de hospital.....rs
    Um abraço, volte sempre.

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  4. Olá Vera, adorei a forma como narrou sua cirurgia, hospital,dicas muito boas..estou indo em breve pra cirurgia e estava precisando ler algo assim, com uma pitada de humor...rs
    Acho que vc poderia fazer um filme com esse "levantar gangorra" pra eu aprender...kkk fico pensando na primeira vez pra levantar oh céus....rs Beijos e uma ótima recuperção .

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  5. Oi Lessandra!
    Um filme pra ganhar Oscar? Oba!.....rssss
    Te explico o passo a passo da gangorra, é assim:
    Fiquei deitada de barriga pra cima, gire o corpo pro lado que for sair da cama.
    O braço que estiver por cima do seu corpo, vc apoia a mão na altura do travesseiro e faz força pra levantar de lado, apoiando o cotovelo do braço que está por baixo e ajudar a empurrar seu tronco pra cima.

    Assim que seu tronco estiver a uns 45 graus de inclinação, deslize as pernas pra fora da cama devagar. A perna que ficar por cima vc dobra o joelho até conseguir apoiar a mão nele pra segurar, nesse momento faça força com a perna sem esticar, dobrada mesmo pra ela te puxar pra frente. Esse é o movimento de gangorra. Aí vc senta na cama e desce.

    Pra deitar o movimento é o mesmo só que invertido. Vai segurar no joelho pra não forçar a barriga até deitar de vez, então solta. A força fica concentrada na mão, braço e joelho!
    Boa sorte!!!!!!

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  6. Olá Vera,
    Excelente este texto que me fez rir com a sua maneira risonha de contar. É assim mesmo que temos de reagir.

    Eu também gosto de dizer que nos hospitais acordam o doente de madrugada para lhe dar um comprimido para ele dormir. rsss

    Abraços!

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  7. Joseph, é verdade de 6 em 6h vinha um me injetar medicamentos.
    Acordar pra dar remédio pra dormir é ótimo....kkkkkkkkkkkk

    Abraços

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Passo-lhe a palavra.