sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Aventura em Nova York


Nos idos de 1998 fiz uma viagem à Nova York.
Numa bela noite de julho, lá pelas dez horas dispara o alarme de incêndio nos corredores do hotel. Sirene intermitente.

No meu quarto minha tia dormia, roncava, nem se mexia na cama. Levantei com o coração na garganta, abri a porta e fui pro corredor.
A cena era ridícula, todos os hóspedes desfilando seus pijamas, camisolas, hobes. Falavam todos ao mesmo tempo sem sair do lugar.

Nisso minha outra tia do quarto ao lado, sai de camisola preocupadíssima querendo entender o porque da sirene. Teve a brilhante ideia de ligar para a recepção e indagar o que acontecia. (finalmente alguém com cérebro e pés no chão).

Traduzido para o português:
Recepção: Sra, está tudo sob controle, volte ao seu quarto.
Minha tia: Sob controle? Mas o alarme não pára de tocar, vou ter que ir até aí pra você me dizer o que há de errado? É incêndio, bomba, inundação???

Em quanto isso, fui até a janela que era totalmente vedada por causa do ar condicionado central, os vidros não abriam. Olhei pra baixo do vigésimo quinto andar. Avistei um caminhão de bombeiros com escada magirus encostar em frente ao hotel, mais três carros da polícia chegaram com sirene ligada e o giroflex piscando.
Era uma típica cena de filme americano, só faltou o Superman, o Homem Aranha, Batman e companhia.

Minha tia, a do quarto ao lado, desceu de elevador até a recepção para saber o que houve in locu, porque pelo telefone, só diziam que estava tudo sob controle.
E estava mesmo, bombeiros, polícia, todos devidamente controlados, se preparando para agir. E os hóspedes, presos num prédio que as janelas não abriam.
Eu já comecei a fazer meu testamento mentalmente no corredor. Que medo!

As meninas de um dos quartos choravam histéricas, os pais tentavam acalmá-las, sem sucesso porque eles também estavam apavorados.
De repente minha tia volta da recepção com a seguinte notícia:
Um produto químico vazou no depósito, o gás exalado disparou o alarme contra incêndio. (tá, e daí? Cadê o fogo, por onde eu saio?)

Por incrível que pareça, em Nova York somente o corpo de bombeiros pode desligar o alarme de incêndio, os funcionários do hotel não. Ou seja, em quanto os bombeiros não chegam, a sirene toca sem parar.

Porque a recepcionista não disse isso ao telefone?
Ora, ela é instruída para manter a calma dos hóspedes, então não dá detalhes e manda todo mundo voltar pros quartos.
Pois sim, quem volta pro quarto com um alarme de incêndio na orelha sem saber do que se trata??? (me senti em Lisboa, presenciando um ato Lusitano digno de Oscar)

Final da história, o alarme foi desligado, bombeiros e polícia foram embora, e os hóspedes que se virassem pra dormir depois dessa! Vai um Lexotan, Rivotril na veia?

4 comentários:

  1. VERA!
    Gostei muito de saber que foi só susto..
    Imagina se fosse incêndio?
    bjs
    MA

    ResponderExcluir
  2. Ainda bem né?
    Incêndio por si só já é complicado, ainda mais em outro país...afff

    ResponderExcluir
  3. Vera,
    Que susto, e não era para menos. E você estava no 25º andar? Um dia perguntei a um bombeiro que estava escrevendo um parecer num projecto do meu interesse, perguntei qual o andar que se devia escolher num hotel para escapar mais facilmente a um incêndio. Ele me respondeu, que, no máximo, o 2º andar, porque daí para cima custa muito carregar com alguém às costas.

    E nunca escolher um andar acima do 9º que é o alcance da escada magirus.

    Resumindo: até ao 2º é fácil descer ou ser transportado às costas, pelas escadas do hotel.

    Até ao 9º tem a escada magirus.

    Eu agora acrescentaria que se o Hotel tiver na cobertura um heliporto, então tem essa hipótese do 9º andar para cima.

    Nunca deve descer pelo elevador como sua tia fez!

    Mas melhor ainda é não haver incêndio. Escolha um hotel moderno! ...rs

    Um abraço!

    ResponderExcluir
  4. Oi Joseph, pois é. Sei da norma de segurança de não usar elevador em caso de incêndio. Aprendi a lição assistindo os incêndios dos Edifícios Andraus e
    Joelma na cidade de São Paulo (década de 70). Era criança, as cenas marcaram.
    A questão do 9º andar, boa dica. Não fui eu que fiz
    as reservas no hotel, foi uma agência.
    Daqui pra frente ficarei entre o 2º e o 9º andar!

    Abraços

    ResponderExcluir

Passo-lhe a palavra.