quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Crônicas de Motel - II


Noite de sábado, motel lotado.
De repente estaciona um rabecão ao lado da guarita de entrada. Isso mesmo, aquele carro comprido que transporta caixão de defunto. Uma visão no mínimo bizarra na porta de um motel.

O hóspede ao volante escolhe o apartamento e se dirige para ele. Era um pernoite.
Depois de um tempo toca o telefone na recepção, o dito cujo pede um lanche.
Assim que o pedido fica pronto, o cobrança (funcionário que leva os pedidos aos apartamentos) pega a bandeja para entregar. Porém...

Quando levanta o portão da garagem, dá de cara com o rabecão com um caixão dentro.
De bandeja na mão esquerda, segurando o portão de elevação com a direita fica paralizado.
Pensa três vezes e volta para trás, sem coragem de passar do lado do carro pra entregar o pedido na boqueta.

Nem preciso dizer que o hóspede dormiu de barriga vazia.

Amanheceu o dia, o hóspede pediu para fechar a conta.
Saiu com o rabecão em direção à guarita para aguardar a revisão do apartamento.
O cobrança corajoso chama mais dois colegas para a missão insólita.
O trio entra num pé e sai no outro apavorado, com medo de alma penada.
Foi a revisão mais rápida na hitória da motelaria. Durou dez segundos!

Enquanto esperava, o hóspede comentou com a recepcionista:

- Não levaram meu lanche ontem à noite, quero desconto porque não consumi.

- Pois não senhor. Já cancelei o valor do lanche. Queira desculpar, o funcionário ficou com medo de entrar na garagem quando viu o seu carro.

- Foi o que imaginei. Não tem problema. Disse o hóspede com um sorrisinho maroto.

Revisão concluída, conta paga e o rabecão seguiu viagem.

Em motel acontece de tudo !

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