Esse é um "Memorial das casas da minha vida". Começo pela primeira, depois escreverei sobre as outras: dos avós paternos e maternos, tios, amigos, casa da praia e minha casa atual.
A primeira casa da gente é a da infância, a de nossos pais. Me lembro perfeitamente dela.
Antes teve um apartamento na rua Augusta, mas eu ainda era um bebê, desse não lembro.
A fachada da nossa casa tinha um muro baixo de pedra e portões baixos. Em tempos que ainda se podia viver sem cercas elétricas e muros altos.
Cabia só um carro na garagem que era descoberta e no jardim tinham roseiras plantadas.
Lembro até de uma placa de latão com o nome do meu pai gravado e a profissão advogado. Ela era fixada na parede da frente do lado de fora. Ainda se usa desse artifício de marketing nos dias de hoje, já vi muitas placas assim, em fachadas de residências.
A porta da frente era de madeira com uma janelinha para ver quem chegava. Na entrada do lado esquerdo era a sala de visitas com mobília estilo Vintage (palito). Do lado esquerdo uma porta de madeira e cristal bisotê dava para a sala de TV onde ficava o telefone.
Logo atrás da sala de visitas era a sala de jantar, não havia parede dividindo os ambientes, apenas um buffet colocado atrás das poltronas formando a linha divisória.
No canto da parede da sala de jantar tinha uma cadeira revestida de couro trabalhado e com cantos pontiagudos. A cadeira assassina!
Quando eu tinha uns 5 anos, bati a testa na quina dessa cadeira e ganhei alguns pontos no corte.
Coisa de criança que sai correndo sem ver o que tem na frente.
Voltando a planta da casa, do lado da sala de jantar tinha um lavabo pequeno e à esquerda era a cozinha.
Entre a porta da cozinha e a sala de TV tinha a escada que levava aos três quartos no piso de cima.
O meu quarto era o da frente da janela via a rua, não tinham grades, muito menos tela de segurança. Muitas vezes sentei no parapeito de cavalinho para esperar minha mãe voltar da rua.
Os vizinhos viam e falavam: - Menina sai daí, sua mãe não está em casa? É perigoso sentar na janela, pode cair.
Eu respondia que estava esperando minha mãe e continuava lá, balançando a perna, na maior calma do mundo. Hoje sei para que servem as grades e telas de segurança.
Ao lado do meu quarto tinha um banheiro e à esquerda de quem subia ficavam mais dois quartos, o dos meus pais e um outro que servia de closet.
No quintal tinha a lavanderia e um telhado de eternit no fundo com uma estrutura suspensa onde meu pai guardava o kart. Sim ele corria de kart em Interlagos.
Nossa casa ficava na rua Coatá, uma travessa da avenida Santo Amaro em São Paulo.
Nos fundos do nosso terreno passava um córrego, na outra margem era a fábrica do sabonete Phebo. Será que ainda é lá? Qualquer dia quero voltar pra ver se a casa ainda existe.
Você se lembra da sua casa na infância?
Vera, da primeira, primeiríssima, não. Da segunda, perto do Horto Florestal, lembro-me do muro baixo, que separava a casa da rua, de onde caí e fiquei lado a lado com um cão enooorme; lembro-me bem da terceira, ah, como me lembro: tinha uma mangueira na frente, plantada por meu pai. Ela está lá até hoje e, para mim, é a melhor recordação de minha infância com gosto de liberdade. Beijo.
ResponderExcluirMaria Teresa, é interessante como nossa infãncia deixa memórias, né? Você tocou num ponto, o cachorro enoorme. Quando somos pequenos tudo nos parece gigantesco, depois crescemos e se voltarmos a esses ambientes temos a impressão de que encolheram, na verdade fomos nós que passamos a ocupar mais espaço, ganhamos altura. O lugar permanece do mesmo tamanho, já reparou nisso?
ResponderExcluirBjs
Oi Vera!
ResponderExcluirQue boa idéia trazer-nos essas recordações de infância. Eu lembro da minha primeira casa nos mínimos detalhes. Como eu queria poder voltar a estar lá, mas foi demolida e era um sítio. Agora tem uma casa moderna no lugar.
bjos
Maria Alice, eu lembro de algumas coisas, outras não.
ResponderExcluirÉ um exercício interessante recordar os detalhes!
Bjs